Tuesday, April 29, 2008

O Aniversário do Bisonho

Na semana passada, uma das integrantes do grupo Austin Mamas (do qual eu faço parte) nos mandou um email perguntando se alguém sabia alguma coisa sobre o aniversário do Bisonho. Pra quem não se lembra, o Bisonho é um dos amigos do ursinho Puff. Aqui em Austin, ele é tão querido que, nos anos 60, os hippies locais decidiram fazer uma festa em sua homenagem. Fiquei curiosa e dei um Google no evento. Segundo o about.com, o festival "ainda preserva muito do seu espírito hippie; crianças e adultos participam de concursos de fantasia, rodas de dança e se deliciam com boa comida e bolo de aniversário". Ok, parece divertido. Apaguei o email e acabei esquecendo tudo sobre o assunto.

Sábado o dia estava lindo, perfeito pra um passeio de bike. Sugeri que fôssemos todos andar de bicicleta na trilha de Shoal Creek, um cinturão verde que corta a cidade. O que eu havia esquecido é que esta mesma trilha nos levaria ao Pease Park, onde estava rolando o aniversário do Bisonho.

Bom, aqui quero fazer um parênteses sobre Austin para efeito de contexto. Sabe todos aqueles clichês que a gente imagina quando se fala em Texas - cowboys, paisagem árida, republicanos, petróleo, etc...? Jogue tudo no lixo, pois Austin é uma exceção à regra texana. A cidade é um "oásis": reduto hippie por excelência, Austin é o único lugar do Estado em que os democratas têm maioria; cidade verde, com parques e ciclovias para todos os lados; é hometown do Lance Armstrong, ciclista que ganhou a Volta da França várias vezes e que inventou aquela pulseirinha amarela de borracha que virou moda no mundo todo; também é a capital americana da música ao vivo e recebe diversos festivas ANIMAIS anualmente. O slogan da cidade é "Keep Austin Weird" (manhenha Austin esquisita). Fecha parêntesis.

E assim fomos passear na floresta. Aos cinco minutos de trilha, começo a ver um movimento um pouco fora do comum. Entre os transeundes, muitos vestiam camisetas tie-dye (um símbolo austinite), outros estavam fantasiados; vi até homens de quilt(?) e vestido. Foi aí que me lembrei do Bisonho. Quando fui avisar o Kurt, já era tarde demais: estávamos "presos" naquela multidão, tentando disputar um espaço pra nossas bikes entre os vendedores de brinco, colares e duendes. O jeito era aproveitar a experiência antropológica.

Não tive coragem de entrar no evento Bisonho. Acreditem, eu curto os hippies, mas isso não quer dizer que eu queira ir ao aniversário do Bisonho com um bebê de 4 meses. Além disso, o que vi no caminho já deu pra ter um gostinho de toda a "hippinidade" -- ainda que pasteurizada, porque 45 anos depois não existem muitos originais. Quando via aqueles vídeos de Woodstock ou outros festivais dos anos 1960-70 acreditava ter uma idéia do que eram os hippies americanos. Mas, que nada! É difícil colocar em palavras a experiência de sábado. Rastafaris, tie-dye, patchouli, peitos de fora, saias rodadas, flores, instrumentos irritantes, batuques (drum circles), bolsinhas de crochê (aquelas que você adora, Athos, hehehe), cogumelos e outros vegetais dominavam a cena. Mas o prêmio BISONHO foi pra uma tia de uns 65 anos a la Valéria Valensa: de topless com um mapa-mundi pintado nos peitos, cabelos ruivos e rebeldes ao vento, ela carregava orgulhosa uma bandeira dourada.

E pensar que minha mãe me chama de hiponga...

Friday, April 25, 2008

Que susto!!!!


O Lucas me deu outro susto hoje!!!
Deixei o bebê no seu tapete de atividades e fui arrumar a cama no quarto. Quando voltei pra sala, uns 3 minutos depois, nada de Lucas. Dei aquela panorâmica na sala toda e nada. Coração quase salta pela boca. Ai! Cadê o Lucas? Alguém roubou o menino! (Olha as "ideinhas", como diria o titio Rafael, hehehe)
Dou mais três passos e vejo um pezinho se mexendo debaixo do sofá. Fala sério, LUCAS!!! Lá estava ele, arrastando-se debaixo do sofá, indo atrás de um brinquedo que ele mesmo empurrou lá no fundo. Tive que tirar uma foto pra mostrar pra vocês...

Em tempo...

Graças ao update do Tiago, fiquei sabendo que o Mellinho agora come carne de porco. EBA! VIVA! Isso quer dizer que não conheço ninguém com alergias alimentares no Brasil.

Tia Jô, seu estômago deve ter sido treinado pra digerir até metal, mulher! Acho que você deveria escrever pro Guinness Book e lançar um desafio pro Monsieur Mange Tout -- aquele francês que comeu um avião (é verdade, ele comeu MESMO).

E continuo minha campanha messiânica contra o plástico, sobretudo na cozinha. Afinal, existe algo mais nojento do que guardar macarronada no tupperware e depois nunca mais conseguir tirar aquela mancha de molho de tomate? ECA! Aquilo não presta MESMO!

Thursday, April 24, 2008

Adeus ao Plástico!

Há tempos venho tentando me livrar de tudo o que é plástico em casa, principalmente na cozinha. Já tinha lido alguns artigos alertando sobre o perigo de armazenar alimentos em tupperwares e líquidos em garrafas plásticas, já que algumas substâncias tóxicas passam para a comida/bebida.

Quando fui escolher uma mamadeira para o Lucas -- ele toma leite de peito, mas mesmo assim precisa da mamadeira quando eu tiro o leite com a bomba -- procurei uma de vidro, mas não achei. Na pressa, peguei a de plástico mesmo. Pois ontem quase morri de dor na consciência. Uma amiga me mandou um artigo do NY Times falando sobre uma substância tóxica, o Biosphenol-A (BPA), utilizada na fabricação de plásticos duros e enlatados (aqui nos EUA, a lata de conserva tem um "forro" de plástico na parte interior; não sei se no Brasil as latas também são assim). Um estudo recente com pobres ratinhos de laboratório mostrou que o BPA causa alterações nos tecidos mamário e da próstata, ou seja, é substância cancerígena. Em 2004, um teste realizado com 2500 pessoas aqui nos EUA mostrou que 93% tinham traços de BPA na urina.

No Canadá, o BPA já é proibido por lei e não pode ser utilizado na fabricação de plásticos duros. Por aqui, infelizmente, são poucas as empresas que oferecem produtos "BPA-free". Como eu sei que no Brasil esse tipo de notícia demora um pouco a chegar, trato de passá-la adiante o mais rápido possível!

Para evitar a contaminação de bebidas e alimentos, opte por porcelana, vidro ou aço-inox. Deixe os enlatados de lado; consuma frutas e vegetais frescos ou congelados. E, para a água, o nosso bom e velho filtro de barro é, sem dúvida, uma ótima opção.

Bebês e crianças estão muito expostos ao BPA já que nos primeiros anos de vida bebem em mamadeiras e copinhos de plástico. É possível encontrar mamadeiras de vidro e copinhos "BPA-free". Vou deixar alguns links úteis pra quem quiser saber mais sobre o assunto. Ah! E se alguém não conseguir achar estes produtos no Brasil, eu posso mandar pelo correio.

Matéria do NYT - http://www.nytimes.com/2008/04/22/health/22well.html?_r=1&oref=slogin

Alguns links para quem procura opções aos produtos de plástico (principalmente para crianças):
Z Recommends
Nature Moms
Soft Landing

Wednesday, April 23, 2008

Alergia alimentar é coisa de primeiro mundo?

Ao longo dos meus modestos 22 anos vividos no Brasil, conheci apenas uma pessoa que tinha alergia alimentar: o Mellinho, que não podia comer carne de porco. Coitado, nada de lingüicinha ou presunto pra ele. No mais, todos seguiam a máxima "o que não mata, engorda". Obviamente eu sabia que algumas pessoas não digeriam leite de vaca, ou tinham problemas com frutos-do-mar, mas eram casos isolados, algo raro.

Quando cheguei aqui nos EUA, descobri que todo mundo tinha alguma alergia alimentar -- ou melhor, uma lista de alimentos proibidos. O Kurt não pode comer castanha-do-pará (aqui chamada de Brazil nuts, para pontuar a ironia); a Sherrill é alérgica a glúten (aliás, atualmente, todo mundo é alérgico a glúten por aqui, é moda); e o Oscar supostamente não podia beber leite de vaca (ha ha ha, tá bom, viu).

Juro que não entendi nada. Na escola onde o Kurt trabalha, há um quadro gigante com o nome dos alunos e respectivas alergias alimentares. Certas crianças são alérgicas a amendoim e se, por um descuido do professor, elas engolirem um peanut, podem até morrer. God forbid! Eu vivo dizendo pra ele que esse lance de alergia aqui nos EUA é histeria coletiva. No Brasil, a gente é alérgico a pó, mofo, pêlo de gato, mas nunca vi criança morrendo de alergia a pé-de-moleque. Por que é que num país de primeiro mundo as pessoas desenvolvem tantas intolerâncias alimentares?

Ontem finalmente encontrei uma "luz" pra minha questão num artigo da Harper's que falava sobre o leite consumido nos EUA e no Canadá. A matéria tratava do mercado negro do leite cru -- aqui todo leite comercializado deve ser pasteurizado. Muita gente acredita nos benefícios das bactérias contidas no produto in natura e continua comprando leite cru direto dos fazendeiros. Estes, no entanto, são acusados de ameaçar a saúde pública e alguns já estão até na cadeia.

O artigo dizia que, no Brasil, as mulheres possuem anticorpos contra certas bactérias malvadas do leite de vaca e imunizam seus bebês através do leite materno. Isso porque no Brasil as pessoas ainda bebem leite ao pé da vaca e, com isso, nosso organismo aprende NATURALMENTE a eliminar os agentes agressores. Enquanto isso, nos EUA, criança que toma leite cru pode parar no hospital contaminada por E coli.

Acredito que o mesmo princípio se aplique à intolerância alimentar dos americanos. É tanta paranóia com pasteurização e esterilização de alimentos que eles acabaram prejudicando o próprio sistema imunológico. E dá-lhe comida processada!
No meio de tudo isso, fico pensando que daqui a um mês e meio, mais ou menos, o Lucas vai começar a comer frutas e legumes. Pra evitar as alergias alimentares, os americanos desenvolveram uma lista de "Dos and Donts" do tipo "não dê suco de laranja ou nenhum alimento cítrico antes de 1 ano; nada de mel ou amendoim", e outros mil conselhos. Hummmmmm... acho que vou levá-lo pra comer um queijinho da Dona Filhinha!

Monday, April 21, 2008

De pé!!!!



Olha este Lucas que já fica de pé no berço -- ok, a gente deu uma ajudinha pra ele achar a melhor posição! Ontem compramos um andador e ele está amando! Mais tarde vou tirar uma foto pra colocar aqui.

Friday, April 18, 2008

Nana neném...


O Lucas já está nos seus 4 meses e meio de vida e nada de dormir a noite toda. Às vezes ele acorda a cada duas, três horas; quando ele está bem, dorme quatro horas seguidas. Nem preciso dizer o quanto eu sonho com uma noite ininterrupta de sono -- e como eu invejo aquelas mães que me dizem que seus bebês dormem 8 horas por noite desde os 2 meses. Ahhh!

A parte mais divertida é fazê-lo dormir -- ok, nem sempre! Geralmente ando pra lá e pra cá no quarto até ele ficar tonto e dormir, porém o método "andança" não está funcionando ultimamente e ontem decidi apelar pras canções de ninar. Quando comecei o "naaaana nenéemmm, que a cuca vem pegar", ele olhou bem pra mim e começou a rachar o bico de rir!!! Juro, altas gargalhadas -- sim, ele já dá aquelas gargalhadas deliciosas! Desacreditei. Tentei novamente e no meio do "nana neném" ele já estava riinnnndo. Dá pra aguentar uma coisa dessas? Será que desafinei? hehehe

Tuesday, April 15, 2008

Voltamos!


Pois é, descobri que não tenho muita vocação pra fotógrafa. Não que eu desgoste de tirar fotos, pelo contrário, adoro um click.O problema é que EU PRECISO ESCREVER!!! As imagens não bastam; quero contar tudo, tin tin por tin tin, com muitas palavrinhas. Assim decidi reativar o blog e contar um pouco das nossas peripécias aqui em Austin.
Sejam benvindos ao nosso cafofo! A porta tá sempre aberta, é só entrar!